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Carlos Dezena (PSD), prefeito de Águas da Prata, e Leandro Thomazini (PT), vereador de São João da Boa Vista, participaram da edição de quarta-feira (26) do programa 2 EM 1 e teceram críticas ao governo do Estado de São Paulo e a Renovias, concessionária responsável por uma série de estradas da região.
Parte dos apontamentos surge do fato de que o Governo de SP pretende entregar 385 km da chamada ‘Rota Mogiana’ para a iniciativa privada por 30 anos, o que dentre outras mudanças, resultaria na criação de mais pedágios entre cidades como São João da Boa Vista, Aguaí, Mogi Guaçu e Mococa.
Há algumas semanas, o prefeito fez duras críticas a Renovias, empresa responsável pela gestão e manutenção da SP-342, a chamada Rod. Gov. Dr. Adhemar Pereira de Barros. Ele disse que o relacionamento da concessionária com Águas da Prata é vergonhoso, e que estava feliz pois o contrato está chegando ao fim.
Dentre as melhorias para a SP-242 no novo contrato, Carlos exige a criação de uma alça viária que desafogue o centro de Águas da Prata, já que todos os veículos que descem a serra de Poços de Caldas (MG) passam por ali, incluso caminhões pesados e ônibus, o que danifica o asfalto e provoca poluição sonora.
“Águas da Prata foi a cidade mais prejudicada dessa última concessão, […] tratada como se fosse lixo”, afirma o prefeito, que adianta o plano de fazer grande pressão entre os diretores da nova concessionária para que todas as exigências trazidas por ele sejam cumpridas antes do prazo de sete anos.
Carlos critica também a imensa burocracia para realizar qualquer mudança nas margens da rodovia, desde a colocação de um ponto de ônibus, até a venda de um terreno que poderia servir como base um novo comércio, empresa ou residência. “Você não consegue a liberação. […] É uma burocracia, tudo é muito penoso, muito difícil. São inflexíveis”.
Para o novo edital de concessão da SP-342 e dos outros 385 km que ainda pertencem ao Estado, o prefeito garantiu que há uma cláusula que exige a revisão do texto de quatro em quatro anos, permitindo assim que os municípios atualizem suas demandas conforme a necessidade.
Ele aponta que, dentre os grupos prejudicados pelas mudanças nas estradas, os que mais devem sofrer com os novos pedágios e tarifas são os alunos e professores. “O professor de escola pública não recebe vale-transporte, já é uma profissão desvalorizada. Isso vai aumentar o custo (de deslocamento), e daqui a pouco, nem compensa mais trabalhar”, afirma Leandro, que também é professor.
O vereador citou que várias Câmaras Municipais de São Paulo, como de Amparo, também estão se mobilizando para elaborar um manifesto a fim de rever o projeto e evitar que as desvantagens se sobressaiam e onerem a população.
Em relação à comunicação, Thomazini criticou o formulário de consulta pública disponibilizado pelo governo do Estado (clique aqui). Segundo Leandro, o documento é mal feito e dificulta a participação dos cidadãos.
O vereador reconhece a importância da chegada de investimentos e melhorias nas estradas da região, mas chama a atenção para “o bolso da população”, que será diretamente afetado com a nova dinâmica.
Para além da polêmica das estradas, os representantes também falaram sobre as fraudes à cota de gênero registradas em ambos os municípios. Confira a entrevista completa.
Matéria publicada em 26 de março de 2025, às 12h59.