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A justiça marcou para o dia 13 de novembro de 2023, às 13h30, o julgamento do psicólogo Antônio Carlos Zogbi Perette, de 44 anos. Ele é acusado de ter matado a cachorra ‘Café’, no dia 30 de abril. A audiência será no fórum de São João da Boa Vista.
O julgamento foi marcado pela juíza Elani Cristina Mendes Marum, que entendeu que há indícios suficientes que apontam a provável autoria do crime pelo réu.
Perette responde pelos crimes de maus tratos a animais e incêndio. Atualmente, ele está em liberdade provisória, depois de um habeas corpus concedido pela justiça em 7 de junho.
Vale lembrar que ele foi preso no dia 5 de maio, em São João da Boa Vista. No dia 9 de maio, foi transferido para casa branca e dias depois, para Hortolândia.
Em 10 de junho, Perette foi encaminhado a uma clínica psiquiátrica, onde permaneceu até o final de junho. A defesa do réu afirma que a decisão foi uma recomendação médica e do Centro de Detenção Provisória de Hortolândia.
PROTESTO MARCADO
Com a divulgação da data do julgamento, entidades defensoras dos animais marcaram uma manifestação em frente ao fórum de São João para o dia 13 de novembro, no momento em que audiência estiver acontecendo. A ativista dos direitos dos animais, Graciana Pirolla, contou como deve ser a manifestação.
“A gente pede que todos os simpatizantes da causa, toda a população de São João, todas as ONGs, estejam presentes no fórum neste dia, para uma manifestação pacífica e silenciosa, para não prejudicar o trabalho de quem julga o caso, e para que seja cumprida a Lei Sansão.”
Pirolla explica como funciona a Lei Sansão.
“Com a Lei Sansão, um crime desse tipo pede que o réu seja detido de 2 a 5 anos, de reclusão inafiançável. E se resultar na morte do animal, essa pena deve ser aumentada em um terço. Então a gente está lutando por justiça, para que a Lei Sansão seja cumprida.”
O QUE DIZ A DEFESA DO ACUSADO
A defesa de Antônio Carlos Zogbi Perette diz que não há provas suficientes que comprovem a autoria do crime e afirmou que, se por ventura, o réu tivesse cometido o crime, ele teria agido sem o pleno entendimento da situação.
Isso porque, segundo a defesa, o réu sofre de ansiedade, depressão e sintomas obsessivos compulsivos, que já o levaram a diversas tentativas de suicídio. Inclusive, ele faz uso contínuo de medicamentos. A juíza do caso, Elani Cristina Mendes Marum, solicitou mais detalhes dos laudos médicos de Antônio Carlos Zogbi Perette.
A defesa também pediu que o processo corresse em sigilo, alegando que as informações divulgadas estariam alimentando discursos de ódio contra Perette e sua família. A solicitação foi negada pela justiça, que entendeu que as informações não estavam gerando grande repercussão, e garantindo que o réu pode tomar providências legais caso se sinta ameaçado.
RELEMBRE O CASO
Em 30 de abril, a cachorra ‘Café’ foi morta espancada e queimada em um estabelecimento comercial onde vivia, no bairro Perpétuo Socorro, em São João da Boa Vista.
De acordo com a perícia, o psicólogo Antônio Carlos Zogbi Perette reside ao lado do estabelecimento, e teria usado uma escada para pular o muro, tendo acesso ao quintal. A investigação ainda apontou que o acusado comprou um galão de álcool no dia do crime.
Espancada, a cachorra teve uma fratura no maxilar. Ao tentar fugir das agressões, ela entrou em uma casinha de plástico e se escondeu. Na ocasião, o psicólogo teria fechado a saída e ateado fogo, impedindo a fuga, que só foi possível quando o abrigo derreteu.
Resgatada com vida, ‘Café’ não resistiu e morreu dez horas depois, em consequência de queimaduras de segundo grau por todo o corpo.
Reportagem publicada em: 12/07/2023