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O coordenador do Cemitério Municipal de São João da Boa Vista, Danilo Galhardo alegou a existência de um “cartel de coveiros” na unidade e acusou os vereadores do município de omissão na apuração do caso.
As acusações foram proferidas durante a 37ª Sessão Ordinária da Câmara, que ocorreu no dia 25 de novembro de 2024. O depoimento foi tumultuado, interrompido uma série de vezes por vereadores e espectadores da Sessão.
Segundo o relato de Danilo na Tribuna, o cartel impedia que os moradores contratassem profissionais de fora do sistema do cemitério para construir sepulturas para os entes falecidos, obrigando-os a pagar os próprios coveiros pelo serviço.
Danilo acusa o ex-coordenador do Cemitério, Carlos Inácio de fraudar documentos para justificar as cobranças pelas obras nos túmulos. Segundo Galhardo, os valores pagos nunca chegaram aos cofres públicos.
Três funcionários teriam aberto empresas registradas nos nomes das próprias esposas para realizar a operação. Um dos pedreiros seria filho de Carlos Inácio.
Além disso, parte dos materiais utilizados nas reformas dos túmulos seriam da Prefeitura de São João da Boa Vista.
Danilo alega que, desde 2021, teria protocolado as denúncias na Câmara, no Ministério Público e na Prefeitura, mas que nenhum vereador apareceu desde então para fiscalizar possíveis contravenções no Cemitério.
Estimativas do coordenador do Cemitério apontam mais de 1.000 pessoas lesadas pela fraude na construção dos túmulos.
Além da denúncia principal, relacionada ao “cartel dos coveiros”, Danilo cita também o caso em que ossos do Cemitério Municipal teriam sido levados até um lixão por um caminhão, em 2021, por conta da ausência de um ossário.
O registro do ato teria sido feito em uma live na página Carioca Notícias Policiais, no Facebook, mas o vídeo não se encontra disponível na internet.
Um servidor aposentado, identificado como “Seu Nelson”, subiu a Tribuna após o fim do depoimento de Danilo para se defender.
Segundo Nelson, ele teria atuado na administração do Cemitério entre 1991 e 2016 e acusa Galhardo de ser um mentiroso, e que vários protocolos de melhoria da unidade haviam sido realizados pelo equipe, mas ignorados pela Prefeitura.
Nelson se exaltou durante o seu depoimento e precisou ser auxiliado pela vereadora Aline Luchetta. Em dado momento, ele chama o coordenador de “idiota” e o ameaça de agressão.
Eu já estou a fim de me matar mesmo, eu vou arrebentar esse filho da p*.
A Sessão precisou ser suspensa por alguns instantes.
Em junho de 2023, após uma tentativa frustrada, vereadores tentaram novamente abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito contra Danilo Galhardo.
A solicitação de abertura da CPI se baseia em relatos de funcionários do cemitério, que acusam o coordenador do local de ter feito ameaças e tomado atitudes que constrangeram os trabalhadores.
Há denúncias sobre possíveis irregularidades no sepultamento de corpos na quadra 6 do cemitério, falta de identificação em túmulos, uso de funcionários para conserto de carro particular e sobre a construção de uma piscina na casa de Galhardo.
Matéria publicada em 5 de dezembro de 2024, às 12h47.
